Instalação > aproximadamente 3.200 itens pessoais do artista, 32 estantes metálicas, 2 gaveteiros metálicos, 15 tubos de luz, itens de papelaria em quantidades variadas, 2 media players, 1 mural de 10 metros em vinil adesivo e 34 marcações em vinil adesivo (dimensões totais variáveis)
+ Formulário do IBGE > 11 folhas A4 coloridas preenchidas à mão por Leonardo Araujo Beserra
+ Formulário do IBGE > 11 folhas A4 coloridas preenchidas à mão por Leonardo Araujo Beserra
As coisas é uma tentativa de reconstituir — de forma quase detetivesca — a cronologia de uma vida (1985
– 2018)
a partir de seus resíduos materiais acumulados ao longo dos anos. Ao listar e tornar públicos todos os meus objetos fora de uso, a obra vai na contramão das autobiografias convencionais: não se trata de partir das lembranças do seu autor mas, pelo contrário, de servir-se da materialidade dos objetos para forçar a memória (e o esquecimento) em direções radicalmente imprevistas.
Exibidos sem qualquer censura, os mais de 3.000 itens aqui repertoriados, organizados cronológica e alfabeticamente, funcionam menos como um museu pessoal do artista e mais como arquivo comum de uma geração compartilhada. A escolha do próprio título, uma referência ao livro do escritor francês Georges Perec As coisas: uma história dos anos sessenta, de 1965, testemunha da impessoalidade da empreitada. Afinal, é dele o projeto (não-realizado) do inventário exaustivo de si próprio:
Assumindo a forma expositiva de uma grande instalação imersiva, propondo vários tipos de classificação simultâneos, As coisas obra remete ainda à forma e à função simbólica de um labirinto. Desde as mais antigas mitologias, estes funcionam como poderosas metáforas do sujeito: perder-se e encontrar-se ali é perder e encontrar a si mesmo.
Exibidos sem qualquer censura, os mais de 3.000 itens aqui repertoriados, organizados cronológica e alfabeticamente, funcionam menos como um museu pessoal do artista e mais como arquivo comum de uma geração compartilhada. A escolha do próprio título, uma referência ao livro do escritor francês Georges Perec As coisas: uma história dos anos sessenta, de 1965, testemunha da impessoalidade da empreitada. Afinal, é dele o projeto (não-realizado) do inventário exaustivo de si próprio:
"Este pânico de perder meus rastros seguiu-se de uma fúria de conservar e classificar. Eu guardava tudo: as cartas com seus envelopes, ingressos de filmes, passagens aéreas, faturas, talões de cheques, prospectos, recibos, catálogos, convocatórias, jornais diários, canetas-marcadoras secas, isqueiros vazios e até mesmo boletos de contas de gás e eletricidade de um apartamento no qual já não vivia há mais de seis anos e, às vezes, passava um dia inteiro a triar e a triar, imaginando uma classificação que preencheria cada ano, cada mês, cada dia da minha vida." ("Os lugares de um ardil", In Pensar/Classificar, 1985).
Assumindo a forma expositiva de uma grande instalação imersiva, propondo vários tipos de classificação simultâneos, As coisas obra remete ainda à forma e à função simbólica de um labirinto. Desde as mais antigas mitologias, estes funcionam como poderosas metáforas do sujeito: perder-se e encontrar-se ali é perder e encontrar a si mesmo.
Autorretrato > 02 tiras de fotografias instantâneas
emolduradas (28 x 28 cm), 2010
Processo > registro da organização do material na casa
do artista em São Paulo, entre janeiro e setembro de 2018
+ Textos críticos > Censo demográfico 2018: As coisas por Leonardo Araujo Beserra