Polaroides > 3 fotografias instantâneas (8 x 8 cm cada), 2011





                A fim de autodiagnosticar-me portador de um distúrbio de sono desconhecido, consistindo na impossibilidade de acordar na hora estipulada, realizei uma experiência caseira: dormir durante um mês amarrado a um antigo relógio de ponto portátil — usado no século XIX para assegurar que os vigias noturnos realizavam suas rondas em fábricas e galpões — para manter um registro de minha atividade inconsciente.

                A cada vez que sentisse estar acordando, acionaria o mecanismo do dispositivo de controle, imprimindo em uma bobina de papel em seu interior a hora exata de meu despertar. Ao comparar a discrepância entre a hora estipulada do despertador e a hora marcada na bobina, pude determinar de maneira estritamente mecânica quanto tempo levo realmente para me despertar a cada manhã.

                Com mais de 30 despertadores em funcionamento, a instalação apresenta o método e os resultados desse "estudo de caso" em primeira pessoa. Um longo ensaio homônimo, conjugando a ciência dos sonhos de Freud, as estruturas de dominação do capitalismo industrial e o amor louco dos surrealistas, completa a obra — mescla de investigação teórica e prática artística.







Políptico fotográfico > série com 09 impressões em jato de tinta sobre papel fotográfico (43 x 30 cm cada)








Fotografia > impressão em jato de tinta sobre papel de algodão (100 x 67,5 cm), 2016







Vistas da obra na exposição Unânime noite v.1, na Galeria Bolsa de Arte, São Paulo, 2016
Instalação > 31 despertadores mecânicos, prateleiras, vitrine em metal, madeira e acrílico, relógio de ponto de vigia noturno, quadro de referência com bobinas de papel, painéis em vinil adesivo, livros, caderno de notas do artista, projeção de trecho de filme "M" de Fritz Lang em loop (dimensões variáveis)