Intervenção urbana em colaboração com grupo Arte Trabalho
Faixa > (94,5 x 400 cm); ensaio
Faixa > (94,5 x 400 cm); ensaio
Trabalhadores da arte é fruto de uma inquietação antiga sobre as condições laborais na arte, que surge primeiro como um trocadilho em um caderno: "O boleto sempre vence".
Ao vir a público no feriado do Dia do Trabalhador, na forma de uma ação que remete a uma passeata esvaziada, a frase ganha outros contornos semânticos. Para aqueles que presenciam a ação na rua, sem qualquer indicação clara de seu propósito, pode-se aludir à aparente falta de propósito das jornadas de trabalho: trata-se de pagar contas que, invariavelmente, retornarão no mês seguinte. Já para o público que tem acesso ao registro fotográfico da ação, apresentada como “obra”, ela remete a uma prática recorrente na arte contemporânea: a desvinculação entre retorno simbólico e financeiro como contrapartida ao trabalho artístico.
É urgente perguntar-se qual o real lugar da arte na organização do mundo do trabalho. Pois a manutenção de certa visão romântica, segundo a qual realização pessoal e remuneração financeira são incompatíveis, situa hoje o artista na vanguarda de um capitalismo eminentemente simbólico e cujo maior ativo é a criatividade. Além disso, garante a perpetuação de um meio da arte excludente e elitista, reduzido àqueles poucos que, contando com fontes alternativas de renda, podem seguir adiante recebendo apenas aplausos.
O essencial de Trabalhadores da arte não está, contudo, na ação ou em seu registro, mas no grupo de pesquisa que engendrou. “Arte Trabalho” reuniu, ao longo de diversos encontros, artistas, curadores, pesquisadores, designers, produtores, atores e educadores, interessados em discutir em profundidade as condições laborais no campo da cultura, no Brasil e no mundo.
Ao vir a público no feriado do Dia do Trabalhador, na forma de uma ação que remete a uma passeata esvaziada, a frase ganha outros contornos semânticos. Para aqueles que presenciam a ação na rua, sem qualquer indicação clara de seu propósito, pode-se aludir à aparente falta de propósito das jornadas de trabalho: trata-se de pagar contas que, invariavelmente, retornarão no mês seguinte. Já para o público que tem acesso ao registro fotográfico da ação, apresentada como “obra”, ela remete a uma prática recorrente na arte contemporânea: a desvinculação entre retorno simbólico e financeiro como contrapartida ao trabalho artístico.
É urgente perguntar-se qual o real lugar da arte na organização do mundo do trabalho. Pois a manutenção de certa visão romântica, segundo a qual realização pessoal e remuneração financeira são incompatíveis, situa hoje o artista na vanguarda de um capitalismo eminentemente simbólico e cujo maior ativo é a criatividade. Além disso, garante a perpetuação de um meio da arte excludente e elitista, reduzido àqueles poucos que, contando com fontes alternativas de renda, podem seguir adiante recebendo apenas aplausos.
O essencial de Trabalhadores da arte não está, contudo, na ação ou em seu registro, mas no grupo de pesquisa que engendrou. “Arte Trabalho” reuniu, ao longo de diversos encontros, artistas, curadores, pesquisadores, designers, produtores, atores e educadores, interessados em discutir em profundidade as condições laborais no campo da cultura, no Brasil e no mundo.
Vídeo > Inserção do cartaz no
vídeo promocional da edição 2019 do Prêmio PIPA
Trabalhadores da arte para Desvio
Fonte > Desvio – Livro de fotografias de Douglas Garcia, Edições Membrana, São Paulo, 2019
Fonte > Desvio – Livro de fotografias de Douglas Garcia, Edições Membrana, São Paulo, 2019
Apresentação pública dos residentes do Pivô Arte e Pesquisa, 2018: André Pitol + Andrés Pasinovich, Daniel Jablonski, Eleni Bagaki, Pedro Victor Brandão, Romain Dumesnil, seguido de conversa sobre o valor do trabalho artístico, remuneração e retorno simbólico.
Um ensaio publicado na revista da feira SP-Arte oferece uma visão aprofundada das discussões do grupo
+ Escritos > Uma introdução à ineconomia, 2019